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AUTOCONHECIMENTO


É tempo de ser você por inteiro!


Autor: Flávio Bastos


A saga dos incompletos(www.obviousmag.org), o escritor Eduardo Fidler registra a sua impressão sobre o que ele denomina pedaços e metades de nós mesmos: " De ouvir que metades que se completam já estou farto. Acredito em inteiros, inteiros que se completam".

"Buscar completar no outro é saga sem fim, é fado ou enfado. Não somos feitos de pedaços. Somos inteiros e infinitos, infinitamente complexos. A saga do descontentamento pode ser longa e ela bate em qualquer porta, aflita e sedenta de algo que preencha o vazio. Engano é pensar que outra pessoa possa fazê-lo. Nossa outra metade só pode estar dentro de nós"


Em outro belo texto, no mesmo site, a psicanalista e escritora Veruska Queiróz registra em Precisamos ser inteiros sozinhos: "Precisamos sempre nos lembrar que ninguém conseguirá ser algo para si mesmo -pois tudo começa primeiro dentro de cada um- e muito menos conviver de forma saudável com o outro, ou conseguir algo em relação à profissão ou em qualquer âmbito da vida que se conseguir imaginar, se não conseguir primeiro ser inteiro consigo mesmo, a sós consigo, sozinho e sem precisar de outro alguém ou algo que venha com "a missão de completar". Ninguém pode completar ninguém. Cada pessoa tem de buscar, por si só, completar-se. Quem não consegue ser inteiro para si mesmo e consigo mesmo, nunca será inteiro em nada que venha de fora, nunca será inteiro com o outro, nunca será inteiro na vida.

Para ser inteiro é preciso coragem, é preciso estar preparado para mergulhar-se em si mesmo, engolir-se por inteiro, devorar as próprias entranhas, trilhar as matas escuras que nos constitui, ir pelas profundezas de si mesmo para buscar-se, para melhor entender-se, para fazer um confronto consigo mesmo e descobrir o que falta, o que está em excesso e nem dá mais pra reciclar, o que precisa ser jogado fora e promover as devidas mudanças. Para ser inteiro é preciso encontrar-se consigo mesmo, antes de encontrar-se um amor, um trabalho, a alegria de um talento -muitas vezes, escondido ou sequer percebido- antes de encontrar a vida.

Somos acrescidos de inúmeros benefícios e aprendizados na convivência com o outro e nas experiências da vida, mas nada nem ninguém tem essa "obrigação" de completar outra pessoa. Se uma pessoa não for inteira em si e por si mesma, vai viver necessitando de muletas e, não raramente, também viverá frustrando-se - e por sua única responsabilidade. Por isso se faz necessário que cada pessoa possa buscar-se, atravessar e desbravar seus recônditos mais íntimos para descobrir-se estar inteira por si mesma".


Segundo a psicologia espírita, o nosso psiquismo é constituído por duas estruturas: o ego e o ser essencial. É o que veremos a seguir.


Ser essencial é o centro da consciência onde se encontram os valores reais do indivíduo e suas características positivas. Self ou Eu Superior é o estado no qual encontra-se o potencial latente que vai se desenvolver à medida que o indivíduo despertar para o autoconhecimento, assumindo a sua real e verdadeira identidade.

Ego é a camada que envolve o ser essencial, onde ficam registradas as experiências equivocadas nas quais não colocamos em prática o amor essencial. Máscaras do ego é a parte disfarçada, onde o ego lança mão de seus instrumentos de defesa e fuga. As máscaras originam-se na energia do pseudo-amor, na qual o indivíduo mascara as negatividades do ego com sentimentos aparentemente positivos. Na verdade, os sentimentos mascarados originam-se na energia do pseudo-amor para encobrir sentimentos originados na ausência do amor. As máscaras do ego podem impedir o contato mais profundo com o ser essencial, pois, ao parecer que cultiva os valores essenciais, o indivíduo cristaliza sentimentos falsos.


Comentário

O fato do indivíduo buscar a inteiração, ou seja, a outra metade de si mesmo, o Self, representa uma jornada no rumo da autodescoberta que passa por etapas onde os condicionamentos associados ao ego são revelados à luz da consciência.

Tal foco ou direcionamento entra em sintonia com o alvorecer do terceiro milênio, onde o processo de transparência daquilo que trazemos oculto no inconsciente começa a revelar-se à luz da verdade individual e coletiva, pois entramos numa fase na qual o individualismo ou bem egoico cederá lugar ao bem comum, e essa energia começa a mexer com as consciências, alterar padrões de comportamento social e pessoal condicionados a um modelo arcaico de sociedade.


De uma certa forma, é a realidade transformadora que observamos na Psicoterapia Interdimensional, subjacente às queixas que algumas pessoas levam para o consultório. Subjacente porque escondem os reais motivos de suas angústias e medos relacionados à experiência vital, que para elas torna-se limitada em função do grau de importância que dispensam aos valores e exigências do ego e de padrões comportamentais aos quais se encontram condicionadas. Quando o Self (ser essencial) encontra-se sufocado pelo ego, o indivíduo experimenta um estado de letargia que inibe o despertar para estágios mais evoluídos da consciência. Esta "dormência existencial" expõe o ser inteligente a uma situação de fragilidade, onde as doenças encontram um campo fértil para se instalarem, porque cativos do ego, tornamo-nos mais vulneráveis às consequências de nosso Livre-Arbítrio.


Portanto, o homem contemporâneo encontra-se num caminho sem volta: ou assume gradativamente a sua essência, ou permanece condicionado à energia do ego e suas mazelas terrenas, pois aquele que não elevar a sua sintonia pela expansão da consciência, provavelmente reencarnará num mundo compatível com a sua frequência vibratória.


Esta lenta transformação é perceptível para os indivíduos dotados de sensibilidade especial, à medida que são encontradas evidências nos campos da interação humana, principalmente no comportamental, no relacional e, especialmente na política, onde a "sujeira acumulada começa a sair de baixo do tapete".

A conturbada fase de transição energético-planetária a qual vivenciamos está sendo um difícil teste para o nosso equilíbrio emocional e lucidez. São sucessivas lições das quais devemos tirar aprendizados para seguirmos em frente no trilhar evolutivo, pois é tempo de buscarmos a completude, ou seja, de ser nós mesmos por inteiro num mundo ainda dominado pelos valores do materialismo.


Texto revisado

Publicado em/10/2016


Sobre o Autor:

FLAVIO BASTOS é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva, Psicoterapia Reencarnacionista, Terapia Floral, Psicoterapia Holística, Parapsicologia, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.



 
 
 

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