Batuqueiro nato, frequentou as antigas rodas de samba-pesado (pernada), onde tirou patente de bamba enfrentando os mais renomados batuqueiros da ópoca, tornando-se, com o correr do tempo, uma das mais expressivas figuras do mundo do samba e do carnaval.

 

Trata-se de Eurípedes Adão, o famoso Loirinho ritmista de primeira, que depois de desfilar em vários blocos carnavalescos na década de 40, debutou na Escola de Samba Brasil, no carnaval de 1950. Começou como batedor (Abre-alas), ingressando depois na bateria onde bateu surdo e tamborim e destacou-se na ala das frigideiras. Consagrou-se, posteriormente,  como passista do renomado quinteto “Os Cinco homens de Branco”, que marcou época nos carnavais da cidade, sagrando-se ainda vitorioso no primeiro concurso de samba-rasgado realizado na praia do Gonzaga , no inicio da década de 60.

 

Destacou-se, igualmente, em shows como dançarino campeão do samba-gafieira, lançando a novidade, passando assim, a se apresentar dançando como partner na passarela. Na sua brilhante trajetória pela auriverde, desempenhou as funções de mestre-sala, diretor de bateria e diretor geral de harmonia.

 

Também desfilou como mestre-sala nas Escolas de Samba X-9 e Mocidade Independente, inclusive, como mestre de bateria da Unidos Vicentino¸ Império do Samba e da Acadêmicos da Ponte Vermelha.

 

Em janeiro de 1969, participou do III Simpósio Nacional do Samba, no Rio de Janeiro e depois de ter sido agraciado com a patente de Cabo (Mestre) do Mundo do Samba, por antiguidade e merecimento, distingui-se, definitivamente, como sambista de fato e de direito em 1980, quando foi aclamado Cidadão Samba Oficial de Santos.

 

Devido às suas qualidades de eximo batuqueiro, desfrutou de imenso prestígio no Rio de Janeiro, onde desfilou na Escola de Samba Império Serrano, tornando-se até integrante da Velha Guarda da Acadêmicos do Salgueiro.

 

Ganhador do Troféu Zelo, como personalidade do mundo do samba, recebeu ainda a Ordem da Batucada, que foi outorgada em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao samba. Também foi aclamado Sambista-mor da Ordem dos Sambistas da Velha guarda de Santos.

 

Foi considerado, com todos os méritos – ao lado dos legendários Cabo Feijoada (Daniel Feijoada) e do Cabo Brilhantina (Dráuzio da Cruz) – um dos três maiores sambistas da cidade em todos os tempos.

 

Dentre as comemorações alusivas ao Dia Municipal do Samba, em 1996, a Coordenadoria do Carnaval da Prefeitura Municipal de Santos, inaugurou duas placas nas dependências da Secult, numa homenagem póstuma a dois inesquecíveis sambistas da cidade, sendo que numa das placas consta a seguinte inscrição: “Eurípedes Adão Ribeiro – Cabo Lourinho – 02/12//96”. Foi uma homenagem ad perpetuam rei memorian ao valoroso sambista que se revelou pela maneira. Fidalga de trato e pela sua versatilidade, motivo pelo qual deixou o seu nome gravado em letras de ouro no carnaval santista onde será sempre lembrado e reverenciado pelas proezas inesquecíveis.

 

J. Muniz Jr.

Marechal do Samba

Jornalista e Pesquisador de História

 

 Bibliografia

-“Lourinho: vinte e sete anos de samba” (12/02/77)- “O cidadão Samba” (23/02/80) – “O Cidadão Samba na alegria do Carnaval” (01/02/81). J. Muniz Jr. Jornal Cidade de Santos (01/02/81).

-“A hora e a vez de Lourinho...”, Ensaio Geral, Lorde costeleta, Jornal A Tribuna (21/01/80).

 

Publicação Prefeitura Municipal de Santos – Carnaval de 1998.